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Dólar cai abaixo de R$ 5 e pode ter menor cotação desde junho

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Dólar cai abaixo de R$ 5 e pode ter menor cotação desde junho

Bolsa e câmbio sinalizavam nesta manhã de quarta-feira (23) a possibilidade de um novo dia de ganhos no mercado brasileiro, que segue atraente a investidores estrangeiros enquanto pairam sobre as principais economias globais incertezas quanto aos impactos inflacionários do conflito entre Rússia e Ucrânia.


Às 11h39 desta quarta-feira (23), o Ibovespa, referência do mercado acionário do país, subia 0,13%, a 113.044 pontos. O dólar recuava 0,83%, a R$ 5,0090. Mais cedo, a moeda americana havia caído a R$ 4,9980. Caso encerre o dia abaixo de R$ 5, será a primeira vez que isso ocorrerá desde 29 de junho, quando a divisa fechou valendo R$ 4,9420, segundo dados da agência CMA.

Investidores que já enxergavam o país como alternativa às baixas nas bolsas de economias desenvolvidas, agora, também podem estar avaliando o Brasil como refúgio de potenciais perdas no mercado da Rússia, uma vez que o país sofrerá sanções econômicas.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou medidas que impedirão o governo russo de fazer transações financeiras envolvendo títulos de sua dívida com empresas americanas e europeias.

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Semelhanças entre as duas economias emergentes tendem a reposicionar em direção ao Brasil parte do fluxo de capital que antes iria para a Rússia.

Em uma lista com 24 moedas de países emergentes, o real apresentou o melhor retorno à vista frente ao dólar nesta terça, enquanto o rublo russo ocupou a antepenúltima posição, segundo dados compilados pela Bloomberg.

O principal índice de ações da Bolsa de Moscou subiu 1,58% nesta terça, mas com isso recuperou apenas uma pequena parte do tombo de 10,5% registrado na véspera.

Os ganhos mais óbvios no mercado brasileiro em meio à crise geopolítica vêm do petróleo, que subia 0,23% no final desta manhã, cotado a US$ 97,06 (R$ 491,17). Além de estar no seu maior nível de preços desde meados de 2014, a commodity poderá romper os US$ 100 neste ano, dizem analistas.

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O pacote de atrativos do Brasil a investidores estrangeiros também conta com o real ainda desvalorizado frente ao dólar, ações baratas na Bolsa e, especialmente, uma taxa básica de juros (Selic) muito alta em relação às principais economias globais.

A taxa de juros do Brasil é de 10,75% ao ano, com expectativa de superar 12% ainda em 2022. Como a inflação prevista para o país está na casa de 5,5% para este ano, a diferença entre esses dois indicadores proporciona ganhos elevados com aplicações financeiras.

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Nos Estados Unidos, onde a inflação na casa de 7% ao ano é a maior em quatro décadas, os juros permanecem perto de zero e só devem iniciar uma elevação gradual a partir do próximo mês.
Enquanto aguardam condições mais favoráveis no exterior, investidores podem estar tomando crédito barato no exterior para aplicar na Bolsa e no mercado financeiro brasileiro como um todo. É o que no jargão dos negócios costuma ser chamado de “carry trade”.

O índice da agência Bloomberg que acompanha esse tipo de negócio aponta alta de 5% neste ano, considerando o movimento global do dinheiro rumo a economias menos desenvolvidas.

O mercado acionário brasileiro acumula saldo positivo no fluxo de capital de investidores estrangeiros acima de R$ 50 bilhões neste ano, segundo dados da B3, a Bolsa de Valores do Brasil.

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Dólar aproxima-se de R$ 5,19 com exterior e novas metas fiscais

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Num dia de tensões domésticas e externas no mercado financeiro, o dólar aproximou-se de R$ 5,19 e fechou no maior nível em mais de um ano. A bolsa de valores caiu quase 0,5% e teve o quarto recuo consecutivo.

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (15) vendido a R$ 5,185, com alta de R$ 0,064 (+1,24%). A cotação operou em alta ao longo de toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 14h30, aproximou-se de R$ 5,21.

A cotação está no maior valor desde 27 de março do ano passado, quando tinha sido vendida a R$ 5,20. Em 2024, o dólar sobe 6,85%.

O dia também foi tenso no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 125.334 pontos, com queda de 0,49%. Com queda de 6,6% no ano, o indicador está no menor nível desde 17 de novembro de 2023.

Tanto fatores domésticos como internacionais afetaram o mercado financeiro nesta segunda-feira. No cenário interno, a mudança da meta fiscal para 2025, com a manutenção do déficit primário zero em vez de superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano, foi mal recebida pelos investidores.

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Os principais fatores que provocaram turbulências, no entanto, são externos. O agravamento das tensões entre Irã e Israel e o aquecimento da economia norte-americana fizeram o dólar subir em todo o planeta. As vendas no varejo nos Estados Unidos subiram acima do previsto em março, o que diminui as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) começar a reduzir os juros em julho.

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Taxas altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. Em relação ao petróleo, a cotação do barril do tipo Brent, usado nas negociações internacionais, caiu 0,21% para US$ 90,21, apesar do bombardeio iraniano a Israel.

* Com informações da Reuters

Fonte: EBC Economia

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