ECONOMIA

Despacho de bagagem eleva custo em ao menos R$ 90 em voo nacional

Publicado em

Despacho de bagagem eleva custo em ao menos R$ 90 em voo nacional

A caminho de ser derrubada no Senado, a cobrança pelo despacho de bagagens de até 23 kg em voos nacionais pode significar um acréscimo entre R$ 90 e R$ 350 por trecho, a depender da companhia aérea e do destino.


Esse é o resultado do fim da passagem para quem não despacha malas, mais barata que as opções que já incluem o envio de bagagem.

Uma viagem de São Paulo a Florianópolis, por exemplo, no dia 16 de maio de 2022, às 7h, custará R$ 2.534 pela Azul se o passageiro despachar uma mala de até 23 kg. Se só viajar com mala de mão, o mesmo passageiro vai pagar R$ 95 a menos à companhia.

Advertisement

Na Gol, sem a bagagem esse trecho está custando R$ 2.178. Se houver uma mala para despachar, será cobrada uma taxa extra de R$ 120. Pela Latam, a diferença, nessa mesma simulação de voo, chega a R$ 189.

Caso seja preciso despachar mais de uma bagagem ou ela ultrapasse os 23 kg liberados, as companhias podem cobrar ainda pelo volume extra a ser transportado.

Este modelo de cobrança pelo transporte da bagagem é utilizado em quase todos os países, e no Brasil, desde 2017. Cada passageiro pode despachar sem taxa uma mala de até de 23 kg, não podendo ultrapassar o limite de cinco bagagens. A partir deste peso, é cobrado um adicional na passagem.

Segundo a regra da Anac (agência reguladora), o peso total de uma única bagagem não poderá ultrapassar 45 kg para voos dentro do Brasil e 32 kg para voos internacionais.

O valor cobrado é definido por cada companhia aérea, tanto no Brasil como nos demais países que aderiram ao modelo. Porém, caso o passageiro utilize mais de uma companhia no seu trajeto, ele precisa ficar atento ao convênio estabelecido entre as empresas. A depender do destino, poderá haver uma nova cobrança pelas malas.

Advertisement

Essa taxa adicional pode acabar se a Medida Provisória, chamada de MP do Voo Simples, for aprovada pelos senadores com essa mudança e se o presidente Jair Bolsonaro sancioná-la para virar lei.

Especialistas no setor aéreo afirmam, no entanto, que embora a cobrança à parte pelo despacho pareça negativa para o consumidor, o fim dela não deve baratear a passagem.

Leia Também:  Cesta básica nacional terá 15 alimentos com imposto zerado

As empresas aéreas pressionam para que os senadores retirem esse destaque da MP, para que companhias de baixo custo, chamadas de low cost, invistam no Brasil e ampliem a concorrência.

“Dessa forma, as empresas aéreas têm a liberdade comercial para desenvolver os seus produtos e entregar aquilo que os seus passageiros de diferentes estilos preferem consumir aquele produto”, afirma Dany Oliveira, diretor-geral da IATA no Brasil.

“Eu, por exemplo, numa viagem Rio-SP, um ‘bate-volta’, não pretendo levar uma bagagem, só levo a minha mochila. Por que eu tenho que subsidiar a passagem de uma outra pessoa? No mundo lá fora isso não acontece. Se o Brasil voltar ao modelo antigo, será um sinal muito negativo que daremos para todo o mercado. Distanciando o Brasil das melhores práticas internacionais”, afirma Oliveira.

Advertisement

O advogado Ricardo Bernardi chama a proposta em discussão de retrocesso e diz que ela deverá aumentar os preços do serviço, pois “forçará” as companhias a embutir esse custo no valor das passagens. Ele afirma que o modelo internacional garante que o passageiro pague apenas pelo serviço contratado.
O autor do projeto, senador Humberto Costa (PT), discorda. Para ele, acabar com a cobrança do transporte de bagagem é uma medida que pode ajudar a reduzir o valor da passagem.

Quando a cobrança entrou em vigor, as empresas aéreas estimavam uma queda no preço das passagens. O mercado até chegou a registrar uma redução na época, mas ela não se manteve e não há como afirmar com precisão se a queda ocorreu devido à mudança na política de bagagem ou à recessão.

O presidente da Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, diz que a expectativa de diminuir preços com a bagagem separada estava baseada na queda do câmbio entre os anos de 2002 e 2016, que permitiu às companhias aéreas reduzir o valor das passagens pela metade. Com a mudança no cenário econômico do país, o custo das companhias vem aumentando e acaba repassado aos consumidores.

Somente Cuba e Coreia do Norte permanecem aplicando a franquia de bagagem. Ou seja, sem cobrar o despacho da mala a parte do valor da passagem. Segundo os especialistas, nestes dois países, as aéreas possivelmente embutem o valor do transporte nas passagens.

Leia Também:  Dívida soberana global deve se tornar foco de atenção, diz Campos Neto

REGRAS DO SETOR AÉREO

Advertisement
  • O peso total de uma única bagagem não poderá ultrapassar 45 kg para voos dentro do Brasil e 32 kg para voos internacionais.
  • Para viagem com um bebê de colo, de até 2 anos incompletos, é possível despachar uma cadeirinha de automóvel, um carrinho ou um bebê conforto por criança como franquia extra, sem cobranças.
  • Artigos pessoais como bolsa e mochila de notebook devem ficar embaixo do assento durante o voo.
  • Malas de até 10 kg são consideradas bagagens de mão e podem ser levadas na cabine sem custo extra.
  • A taxa não permite levar, por exemplo, duas malas de 10 kg no lugar de uma de 23 kg. Ela é aplicada por bagagem despachada.

Custo para despachar a 1º bagagem de até 23 kg em voos nacionais*

*Valores de 12 de maio de 2022, segundo as companhias aéreas

Antecipado – No dia do embarque – Volume extra

Latam R$ 95 a R$ 120 – R$ 120 a R$ 160 – R$ 175 (entre 23 kg e 32 kg) R$ 350 (de 32 kg a 45 kg )

Gol R$ 95 – R$ 140 – R$ 35 (por quilo a mais)

Azul R$ 90 (site, app e Azul Center) – R$ 140 (no aeroporto) – R$ 120 a R$ 160 (no aeroporto)

Advertisement

COMO ECONOMIZAR

  • Para garantir uma economia na hora de viajar, além de comprar antecipadamente a passagem e o serviço de transporte de bagagem, o consumidor deve ficar atento às taxas praticadas por cada empresa e os horários e dias dos voos.
  • Como a quantidade de bagagem e o seu peso influenciam na cobrança pelo transporte aéreo, a hora de montar a mala, escolhendo com atenção o que e como irá levar na viagem, é valiosa.
  • Há cartões de crédito e programas de fidelidade que oferecem despacho gratuito de bagagem.
  • Se a viagem for toda feita pela mesma companhia aérea, a taxa para despachar a bagagem valerá para todo o trecho (ida ou volta), não importando se o voo possui conexão.

COMENTE ABAIXO:
Click to comment

You must be logged in to post a comment Login

Leave a Reply

ECONOMIA

Cobranças indevidas estão entre maiores queixas de clientes bancários

Published

on

As irregularidades relativas a cobranças indevidas, em duplicidade na fatura do cartão de crédito, compras não reconhecidas feitas com cartões clonados ou roubados, não reconhecimento de pagamento de fatura e não estorno na fatura ficaram entre as principais reclamações de clientes de bancos no primeiro trimestre de 2024, segundo ranking divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Banco Central (BC). No total, o BC recebeu 1.892 reclamações julgadas procedentes, quando houve sinal de descumprimento de lei ou norma pela instituição financeira, relativas a esses itens. O BRB, Itaú e Inter foram os que mais receberam queixas.

Na sequência, com 856, ficaram reclamações relacionadas ao não reconhecimento de débito automático autorizado pelo correntista, diferenças entre saques e depósitos realizados em caixa convencional, falha humana e resgate de investimentos sem autorizações dos clientes. Bradesco, Inter e Caixa Econômica Federal lideram o ranking de reclamações.

O BC também informou que, no primeiro trimestre do ano, foram registradas 762 reclamações relacionadas a atrasos na liberação de crédito, cobrança de parcela já quitada ou em duplicidade, demora para devolver o valor de parcela cobrada indevidamente e divergência no valor ou quantidade de parcelas. A Caixa Econômica Federal, o Santander e o Bradesco foram os que mais receberam queixas.

Leia Também:  Camex estabelece cota de importação para 11 produtos de aço

Já as reclamações por débito em conta não autorizado pelo cliente somaram 489 queixas. As irregularidades relativas à confiabilidade, segurança, a sigilo ou à legitimidade dos serviços relacionados a operações de crédito consignado resultaram em 477 reclamações. As reclamações  sobre restrição à realização de portabilidade de operações de crédito consignado somaram 471.

As principais reclamações relacionadas ao Pix foram relativas a dificuldades para solicitar ou realizar a devolução de valores, ao bloqueio indevido de valores ou da própria conta em situações diversas das previstas nas regras do Pix e aos casos de demora ou falha no envio do Pix. O BC recebeu 546 reclamações julgadas procedentes.

Advertisement

Entre os bancos, o Inter apareceu em primeiro lugar no ranking de reclamações das instituições financeiras. A instituição recebeu 741 reclamações julgadas procedentes. O Inter tem quase 31 milhões de clientes.

Na sequência vem o BTG Pactual/Banco PAN, com 530 reclamações julgadas procedentes. O banco possui uma carteira de quase 24 milhões de clientes. O PagBank-PagSeguro, com 31 milhões de clientes, vem em terceiro. O Bradesco aparece na quarta posição e o Santander, em quinto. As instituições possuem 106 milhões e 67 milhões de clientes respectivamente.

Leia Também:  Cobranças indevidas estão entre maiores queixas de clientes bancários

A Caixa econômica Federal e o Banco do Brasil aparecem em oitavo e 14º lugares no ranking, respectivamente.

O ranking é formado a partir das reclamações do público registradas nos canais de atendimento do Banco Central (BC): internet, correspondência, presencialmente ou por telefone (145).

Além dos bancos comerciais, múltiplos, cooperativos, de investimentos, também participam do ranking as sociedades de crédito, financiamento e investimento, instituições de pagamento e administradoras de consórcio.

Advertisement

Entre as administradoras de consórcio, a Reserva Administradora de Consórcio apareceu em primeiro lugar no ranking. Na sequência, vem a Cooperativa Mista Roma e, em terceiro lugar, a Simpala Lançadora e Administradora de Consórcios.

A Agência Brasil tenta contato com os bancos que lideram o ranking do Banco Central.

Fonte: EBC Economia

COMENTE ABAIXO:
Advertisement
Continuar lendo

GRANDE CUIABÁ

MATO GROSSO

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA